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ALECRIM

Rosmarinus officinalis L

Descrição

Arbusto sempre verde, com cerca de 1 m de altura, muito ramificado, folhoso, aromático, com folhas de cerca de 3,5 cm de comprimento e 2-4 mm de largura, estreitamente lineares a quase aciculares, sessis, revoltas, opostas, cuja parte inferior é coberta com tomento branco, pêlos glandulares com essência. Flores bilabiadas, muito maiores do que as de lavanda e as de menta, agrupadas nos eixos das folhas, azul pálido, rosado ou esbranquiçado, com manchas violetas no interior; os dois únicos estames presentes, claramente, sobressaem da coroa. O fruto é um tetraquénio castanho.

 

É orginária da zona mediterrânica, onde também é frequentemente cultivada. Os principais países produtores são Espanha, Marrocos, ex-Jugoslávia e Tunísia.

 

Habitat

 

Típico de lugares secos e áridos; é distribuído praticamente por toda a Península, especialmente no Centro, mas é escasso ou falta até ao Nordeste. Floração: quase todo o ano. Colheita: Abril-Julho.

 

Parte utilizada

 

Sumidade florida (caules, flores e folhas).

 

Princípios ativos

 

Óleo essencial (1-2%):

Monoterpenos:  -pineno (25%), -pineno, canfeno, mirceno, limoneno.

Sesquiterpenos: -cariofileno.

Monoterpenois: linalol, borneol.

Ésteres terpénicos: 1-8 cineol (15-30%).

Monoterponas: cânfora (15-25%).

Derivados terpénicos: diterpenos tricíclicos (rosmaridienol e derivados aromáticos do abietano: carnosol, ácido carnosílico; rosmarol, 7-metoxi-rosmarol), derivados triterpénicos  (ácidos ursólico, oleanólico, 2--hidroxioleanólico).

Polifenóis:

Ácidos fenil-carboxílicos: rosmarínico, cafeico.

Flavonoides: foram isolados treze heterosídeos, derivados metilados, cujas geninas são maioritariamente flavónicas: 4-metoxi: diosmoside, hesperidósido; 6-metoxi: homoplantaginósido, cirsimarósido, nepitrósido, cupafolina; 7-metoxifegopolina. 

Ação farmacológica

 

Colerético-colagogo (ácidos fenil-carboxílicos, óleo essencial). O alecrim aumenta a produção e eliminação da bílis.

Hepatoprotector (ácidos fenil-carboxílicos).

Digestivo: o alecrim aumenta a produção de sucos gastrointestinais, favorecendo a digestão.

Carminativo (óleo essencial). O alecrim relaxa o músculo liso dos esfíncteres, favorecendo a eliminação de gases.

Espasmolítico (óleo essencial, especialmente o borneol, que atua como um antagonista parcial de aacetíllina- colina,  ação sinergizada  por flavonoides). Rosemary relaxa o músculo suave.

Diurético uricosúrio (flavonoides, óleo essencial).

 Anti-radicalicalar (diterpenos fenólicos, ácidos fenil-carboxílicos).

Antigonadotrópico, ação menos percetível do que a do milho do sol.

Emenagogo não hormonal (óleo essencial).

Bactericída, antifúngico (óleo essencial).

Mucolítico (óleo essencial).

Anti-inflamatório (ácido rosmarínico).

Rubefaciente e antiparasitário (óleo essencial) em uso externo.

Além disso, experimentalmente tem-se visto que possui as atividades: Aumenta o fluxo através da artéria coronária, efeito inotrópico positivo, antiespasmódico sobre o intestino delgado e na vesícula biliar.

 

Indicações

 

* Uso interno:

 

Os preparados de alecrim são utilizados, por via interna, para o tratamento de distúrbios digestivos, particularmente devido a deficiências hepatobiliares: flatulência, espasmos digestivos e dispepsia associadas à tensão nervosa. Disquinesia biliar. Anorexia.

Artrite e artralgias.

Tem sido, tradicionalmente, utilizado para o tratamento de amenorreia, oligomenorrreia e astenia.

* Uso externo:

 

Por via externa, é utilizado sob a forma de óleos, pomadas ou álcool de alecrim, como coadjuvante no tratamento de doenças reumáticas (mialgia, reumatismo muscular, ciática, neuralgia intercostal) e distúrbios circulatórios periféricos.

Também para promover a cicatrização de feridas e como um antisséptico leve.

A essência de alecrim é usada como estimulante do couro cabeludo.

Contraindicações

 

Hipersensibilidade ao óleo essencial.

Epilepsia. O óleo essencial é epileptogénico e neurotóxico.

Gravidez. O óleo essencial é abortivo. O alecrim pode induzir abortos espontâneos devido ao seu efeito estrogénico. Embora tenham sido realizados estudos em animais e não em humanos, o uso de alecrim na gravidez não é recomendado.

Lactação. Não é certo se os componentes do alecrim passam para o leite materno e podem causar efeitos adversos no lactante (compostos estrogénicos).

Precauções e Interações com medicamentos

 

Crianças pequenas: recomenda-se não exceder as doses recomendadas, e ter especialmente cuidado com o óleo essencial puro, pois pode ser neurotóxico e convulsivo.

 

Não foram descritos efeitos sobre a capacidade de condução.

 

Não foram descritas interações com medicamentos.

 

Efeitos secundários e toxicidade

 

Não foram descritos nas doses recomendadas. Em doses elevadas, em tratamentos prolongados ou em indivíduos especialmente sensíveis, podem ocorrer alterações dermatológicas, anorexia, taquicardia ou vertigem.

 

Em caso de sobredosagem e, ocorre uma imagem caracterizada por espasmo abdominal, vómitos, gastroenterite, hemorragia uterina e envolvimento renal (irritação do endotelio renal). Pode levar ao coma e até mesmo à morte.

 

A probabilidade de intoxicação por consumo de infusões é muito baixa.

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