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TANCHÁGEM

Plantago major L.

Descrição

Planta herbácea vivaz, perene, de 10 a 60 cm de altura. A partir do segundo ano forma um caule amarelado no subsolo, do qual pende uma infinidade de raízes brancas. As folhas, grandes como a planta do pé, nascem ao nível do solo diretamente da raiz e desenvolvem-se verticalmente, largas, formam uma roseta basal, verde claro a verde acinzentado, glabro ou ligeiramente peludo, limbo ovado que se une ao caule por um pecíolo longo e grosso. Na face inferior destacam-se 5 a 7 nervos verdes esbranquiçados, dispostos quase paralelamente, os quais sobressaem claramente na parte inferior. Do mesmo ponto onde as folhas começam, surgem pedúnculos florais, cuja metade superior é coberta com pequenas flores sem pecíolo, abundantes, formando-se como um pincel avermelhado. O pedúnculo é mais curto que o de P. lanceolata, e as inflorescências ocupam grande parte dele. A inflorescência é uma espiga cilíndrica, oval ou globular, maior do que as folhas, brácteas ovais e glabras, de dimensões variáveis (pode atingir até 45 cm de comprimento). Flores hermafroditas, actinomorfas, pequenas, brancas ou roxas, agrupadas, com pétalas amarelas, corola com tubo glabro e sépalas livres ao longo de todo o seu comprimento. O fruto é uma piridíxia; é uma pequena cápsula que, quando madura, abre-se transversalmente, deixando cair as sementes que contém. Pertence à  família das Plantaginaceae.

 

Está distribuída por toda a Europa e Ásia Setentrional e Central. Embora se possa encontrar em qualquer parte do mundo, em estado selvagem, plantas do género Plantago, prefere climas temperados e frios e não muito quentes. Habita os pomares, zonas húmidas, prados, fronteiras dos campos e das margens. Floresce entre o final da primavera e o início do outono. As folhas tenras e frescas são usadas como salada ou vegetais.

 

O nome Plantago vem da relação que a sua forma tem com a planta do pé e com a pegada deixada no chão por um sapato, mas também pode referir-se ao facto de ser criado, ali, por onde homem passa.  Sinónimo: Plantago asiático L., Plantago erosa Wall., Plantago lanceolatum Link., Plantago loureri Roemer & Schultes, Plantago mexicana Link.  É também conhecida pelos nomes de: tanchagem comum, tanchagem maior, carmel, plantaina, sete veias, antena, cancerina, chili de pato, dianten, diasten, erva doce, folha de tanchagem, folhas de lantes, lanté, lantén, lanter, língua de vaca, lentilha, lentem,  llanté, llantel, planten, roró (tarahumara), sabila, yantén.

 

Parte utilizada

Parte aérea.

 

Princípios ativos

Mucilagens (2-6%) tais como glucomananos, arabionogalactanos, galacturonoramnanos.

 Heteróxidos iridoides: aucubina, catalpol, gardosídeo, ácido geniposídico e majorosídeo. A aucubina num meio ácido e com calor perde parte do seu efeito terapêutico.

Ácidos-fenóis: derivados do ácido benzoico (ácido protocatécnico), derivados do ácido cinâmico (ácidos clorogénicos, neoclorogénicos), ferúlicos, p-cumarina, ácido ursólico.

Flavonoides: glicosídeos de apigenina e luteolina.

Derivados do fenilpropano: verbascosídeo.

Colina.

Hidroxicumarina: aesculetina.

Taninos (6,5%).

Sais minerais. Ácido de silício (1%), sais de potássio, enxofre.

Saponinas (vestígios).

Uma lactona, a loliolida ou digiprolactona.

Um alcaloide: noscapida, indicaina e plantagonina

Ação farmacológica

Em uso interno:

 

Antitussivo (mucilagens), exercem um efeito calmante na mucosa respiratória, inibindo o reflexo da tosse.

Anti-inflamatório e anti-edematoso (ácido ursólico, aucubina). Foi provado em ensaios in vivo em ratos, que o extrato de tanchagem maior é capaz de reduzir o edema induzido nas orelhas dos ratos. Este efeito deve-se à inibição direta e dependente da dose da enzima ciclooxigenase II (COX-2) por parte do ácido ursólico. A concentração efetiva 50 (CE50) do ácido ursólico é de 130 mcM.

Hipolipemiante. Foi comprovado em ensaios in vivo, em coelhos arterioscleroticos, que a tanchagem maior é capaz de reduzir os níveis de colesterol total, beta-lipoproteínas e triglicéridos.

Espasmolítica.

Antiulcerosa. Inibe a acidez da secreção gástrica em 82-95% (Guillen et al., 1994).

Antioxidante.

Diurética.

Hipotensora.

Hipoglicemiante.

Adstringente e antidiarreia (taninos).

Em uso externo:

 

Emoliente dermatológico e antipruriginoso.

Cicatrizante.

Indicações

Em uso interno:

 

Afeções das vias respiratórias: constipação, gripe, bronquite, asma, tosse irritante, rinite alérgica, febre do feno, alergias, sinusite alérgica, faringite, dores de garganta; amigdalite, laringite, etc.

Afeções inflamatórias da mucosa orofaringe, gastritias, úlceras gastroduodenais, estados de hiperacididade, diarreia.

Outros: hemorragias, hemorroidas, dores gastrointestinais, reumatismo, cistite e urerite.

Em uso externo:

 

Afeções inflamatórias da pele: eczema, herpes, fissuras, furúnculos, escoriações, feridas.

Contra as picadas de insetos, especialmente de abelhas (folhas frescas esmagadas).

Afeções oculares: blefarite (inflamação das pálpebras), conjuntivite.

Afeções da boca: estomatite (inflamação da mucosa bucal), gengivite (inflamação das gengivas), glossite (inflamação da língua).

Contraindicações

Hipersensibilidade a qualquer um dos seus componentes.

Gravidez: foram realizados estudos em várias espécies de animais, utilizando doses várias vezes superiores às humanas, sem  que tenham sido registados efeitos embriotóxicos ou teratogénicos; no entanto, não foram realizados ensaios clínicos em seres humanos, pelo que a utilização da tanchagem menor só é aceite em caso de ausência de alternativas terapêuticas mais seguras.

Lactação: Não se sabe se os componentes da tanchagem menor são excretados em quantidades significativas com o leite materno, e se isso pode afetar a criança. Recomenda-se suspender a amamentação ou evitar a administração da tanchagem menor.

De uma forma geral, não foram descritas contraindicações ou interações. Embora a administração da aucubigina cause gastroenterite e depressão do sistema nervoso, com a planta natural estes efeitos tóxicos não foram detetados.

Precauções e Interações com medicamentos

Não foram descritas quais precauções.

 

Interações com medicamentos:

A presença de mucilagens significa que existe um risco potencial de interação porque as mucilagens podem atrasar ou diminuir a absorção oral de outros princípios ativos. Por conseguinte, recomenda-se distanciar as doses de borragem de outros princípios ativos.

 

Efeitos secundários e toxicidade

Não foram descritos.

Estudos

Estudo sobre as diversas ações do Plantago maior:

* Samuelsen AB. Department of Pharmacognosy, School of Pharmacy, University of Oslo, P.O. Box 1068, Blindern, N-0316, Oslo, Norway. The traditional uses, chemical constituents and biological activities of Plantago major L. A review. J Ethnopharmacol. 2000 Jul;71(1-2):1-21. PMID: 10904143 [PubMed-indexed for MEDLINE].

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Estudo sobre a sua ação analgésica:

* Atta AH, El-Sooud KA. Department of Pharmacology, Faculty of Veterinary Medicine, Cairo University, Giza 12211, Egypt. The antinociceptive effect of some Egyptian medicinal plant extracts. J Ethnopharmacol. 2004 Dec;95(2-3):235-8. PMID: 15507342 [PubMed-in process].

Estudo sobre o seu efeito benéfico a nivel respiratório:

* Matev M, Angelova I, Koichev A, Leseva M, Stefanov G. Clinical trial of a Plantago major preparation in the treatment of chronic bronchitis. Vutr Boles. 1982;21(2):133-7. PMID: 7101883 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Estudos sobre a sua ação anti-inflamatória:

* Ringbom T, Segura L, Noreen Y, Perera P, Bohlin L. Division of Pharmacognosy, Department of Pharmacy, Biomedical Centre, Uppsala University, Box 579, S-751 23 Uppsala, Sweden. Ursolic acid from Plantago major, a selective inhibitor of cyclooxygenase-2 catalyzed prostaglandin biosynthesis. J Nat Prod. 1998 Oct;61(10):1212-5. PMID: 9784154 [PubMed-indexed for MEDLINE].

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Estudo sobre a sua ação antiviral:

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Estudo sobre a sua ação antibacteriana e antifúngica:

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Estudo sobre a sua atividade antiprotozoaria:

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Estudos sobre a sua ação anticancerígena:

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Estudo sobre a sua ação anti-inflamatória, antimicrobiana e antitumoral:

* Gomez-Flores R, Calderon CL, Scheibel LW, Tamez-Guerra P, Rodriguez-Padilla C, Tamez-Guerra R, Weber RJ. Department of Biomedical and Therapeutic Sciences, Section of Medical Sciences, University of Illinois College of Medicine, Peoria, IL 61656-1649, USA. Immunoenhancing properties of Plantago major leaf extract. Phytother Res. 2000 Dec;14(8):617-22. PMID: 11113999 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Estudo sobre a sua ação antiedematosa:

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Estudo sobre a sua ação diurética:

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Estudo sobre a sua ação antioxidante:

* Korogodina VL, Bamblevskii VP, Grishina IV, Gustova MV, Zabaluev SA, Korogodin VI, Kuraeva TV, Lozovskaia EL, Maslov OD. Joint Institute for Nuclear Research, Russia, Dubna. The antioxidant status of the seeds in populations of the great plantain (Plantago major L.) growing in an area exposed to the Balakovo Atomic Electric Power Station and to chemical enterprises. Radiats Biol Radioecol. 2000 May-Jun;40(3):334-8. PMID: 10907415 [PubMed-indexed for MEDLINE].

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Estudo sobre a sua ação na aterosclerose:

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Estudo sobre a seu efeito a nivel do sistema nervoso:

* María Teresa Buznego Rodríguez y Dr. Héctor Pérez-Saad. Plantago major L. (llanten) y epilepsia I. efecto de las decocciones de hojas y raíces sobre el foco penicilinico en ratas curarizadas.

Neste estudo, realizou-se uma avaliação preliminar do efeito dos extratos aquosos de folhas verdes e raizes secas de Plantago maior L. sobre as espigas induzidas por aplicação tópica de penicilina no electrocorticograma do ratota. As experiências levaram-se a cabo em ratos machos, da cepa Wistar com um peso corporal de 150-250 gramas. A administração intraperitoneal da decocção da raiz seca 6 % provocou um aumento da amplitude das espigas induzidas na casca occipital dos ratos. Este resultado revela um aumento da excitação neuronal e alerta contra possíveis efeitos colaterais indesejáveis no uso terapêutico desta planta.

Estudo sobre a sua interação:

* Michaelsen TE, Gilje A, Samuelsen AB, Hogasen K, Paulsen BS. Department of Vaccinology, National Institute of Public Health, Oslo, Norway. Interaction between human complement and a pectin type polysaccharide fraction, PMII, from the leaves of Plantago major L. Scand J Immunol. 2000 Nov;52(5):483-90. PMID: 11119247 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Estudo sobre os seus efeitos secundários:

* Tobias A, Galan I, Banegas JR. Department of Statistics and Econometrics, Universidad Carlos III de Madrid, Getafe, Spain. Non-linear short-term effects of airborne pollen levels with allergenic capacity on asthma emergency room admissions in Madrid, Spain. Clin Exp Allergy. 2004 Jun;34(6):871-8. PMID: 15196273 [PubMed-indexed for MEDLINE].

* Garcia Gonzalez M, Coto Morales T, Soto Rodriguez GA, Pazos L. Programa de Investigacion Cientifica Aplicada (TRAMIL), Laboratorio de Ensayos Biologicos, Vicerrectoria de Investigacion, Escuela de Medicina, Universidad de Costa Rica, San Jose 2060, Costa Rica. Sub-chronic toxicity and test of eye irritability of leaf aqueous extract from Plantago major (plantaginaceae). Rev Biol Trop. 2003 Sep-Dec;51(3-4):635-8. PMID: 15162770 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Estudos sobre a sua composição química:

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Estudo sobre a toxicidade do Plantago ovata:

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