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HELICRISO

Helichrysum italicum L

Descrição

Planta herbácea vivaz ou perene, com um agradável cheiro e sabor amargo, ramosa, com caules entre 10 e 50 cm de altura e folhas inteiras, lanceoladas, espatuladas, muito estreitas com margens curvas e cobertas por um tomento branco patente. Capítulos florais corimbiformes, de cor amarelo brilhante e agrupados em cabeças, com flores tubulares também douradas no centro do capítulo e um invólucro de brácteas escariosas, papiraceas, de aspecto palhoso, amarelo limão, brilhantes, imbricadas e ligeiramente salientes. O fruto é  um arquénio tuberculado de cor castanha.

 

Originária do sul e centro da Europa, cresce em colinas e encostas da bacia mediterrânica, na Península Ibérica, especialmente em arenais marítimos, e cultivada nas Ilhas Canárias. Floresce a partir do mês de maio.

 

Parte utilizada

A sumidade florida.

 

Princípios ativos

Flavonoides:

Flavonas: apigenol, luteolol.

Flavonois: kaempherol, quercetol.

Flavonones: naringenina, helicrisinas, salipurposídeo. Este último proporciona a cor amarela às brácteas do invólucro.

Chalconas: isohelicrisina, isosalipurposídeo.

Óleo essencial: nerol, α e -pineno, eugenol, linalol.

Lactonas sesquiterpénicas: escopoletina, umbeliferona e esculetina.

Ácidos orgânicos: ácidos cafeicos e ursólico.

Ácidos fenólicos: derivados da cetona de um núcleo pirano, como o arenol e homoarenol.

Princípios amargos.

Beta sitosterol e campesterol.

Taninos.

Arenarina.

Ação farmacológica

Anti-alérgica. A sua composição química permite manter uma ação fisiológica mesmo quando o alergénio ultrapassou a barreira gastrointestinal (ciclooxigenase) ou o filtro hepático, ficando ativo tanto nas manifestações alérgicas tópicas como em anafilaxias internas.

Diurética e depurativa.

Colagoga e colerética.

Hepatoprotector.

Antioxidante do fígado.

Anti-inflamatória. Tem uma ação pseudo-ACTH, da qual deriva o seu efeito anti-inflamatório. Causa um estímulo à secreção interna da hidrocortisona.

Antiespasmódica.

Antitussiva e expectante.

Antibacteriana (arenarina).

Ligeiramente hipocolesterolemiante.

Alguns autores também lhe atribuem ações: antirreumáticas, antigotosas e anti-neurálgicas.

Utilização externa: proteção dérmica, cicatrizante e bacteriostática.

Indicações

Afeções respiratórias: Bronquite, enfisema, asma, rinite, gripe, constipações, sinusite, amigdalite, etc.

Alergias em geral: digestivas (alergias alimentares, etc.), cutâneas (urticária, etc.), respiratórias (febre do feno, asma, etc.), etc.

Afeções hepáticas: hepatite, colecistite crónica (inflamação da vesícula biliar), colecistopatias.

Afeções da pele: dermatose, eczema, psoríase, etc.

Outros: reumatismo, gota, enxaquecas, dores de cabeça.

Uso tópico: hematomas, dores musculares, entorses, cicatrizes, acne, queimaduras, flebite (inflamação da parede de uma veia), eczema, dermatose, blefaroconjuntivite (inflamação das pálpebras e conjuntiva), parodontopatias (afeção dos tecidos em torno de um dente), psoríase.

Contraindicações

Contraindicado na gravidez e lactação.

Oclusão de canais biliares.

Hipersensibilidade ao óleo essencial.

Precauções

O óleo essencial é potencialmente neurotóxico, pelo que deve ser usado de preferência no uso externo

 

Efeitos secundários e toxicidade

Não foram descritos.

Estudos

Estudo clínico sobre o seu efeito antimicrobiano:

Nostro A; Bisignano G; Cannatelli MA; Crisafi G; Germano M P; Alonzo V. Effects of Helichrysum italicum extract on growth and enzymatic activity of Staphylococcus aureus. Int J Antimicrob Agents 2001; 7: 517-520. PMID: 11397624 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Ríos JL; Recio MC; Villar A. Departamento de Farmacognosia y Farmacodinamia, Facultad de Farmacia, Universidad de Valencia, Spain. Antimicrobial activity of selected plants employed in the Spanish Mediterranean area. J Ethnopharmacol, 1987; 21: 138-152. PMID: 3325696 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Ríos JL; Recio MC; Villar A. Departamento de Farmacologia i Farmacotecnia, Facultat de Farmacia, Universitat de Valencia, Spain. Isolation and identification of the antibacterial compounds from Helichysum stoechas. J Ethnopharmacol, 1991; 33: 51-55. PMID: 1943173 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Recio Iglesias, MC. Estudio de la Actividad Antimicrobiana de Plantas Medicinales Mediterráneas y Aislamiento del Principio Activo de Helichrysum stoechas (L.) Moench. Tesis doctoral, Facultat de Farmàcia, Universitat de València, 1988.

Estudo clínico sobre a sua ação anti-inflamatória e antioxidante:

Sala Vicens, A. Principios Antiinflamatorios y Antioxidantes de Helichrysum italicum (Roth) G. Don. Tesis doctoral, Facultat de Farmàcia, Universitat de València, 2001.

Estudo clínico sobre a sua composição:

Chinou IB, Roussis V, Perdetzoglou D, Loukis A. Chemical and biological studies on two Helichrysum species of Greek origin. Planta Med, 1996; 62: 377-379. PMID: 8792676 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Bibliografia

Benigni, R; Capra, C; Cattorini, P. Piante Medicinali. Chimica, Farmacologia e Terapia. Milano: Inverni & Della Beffa, 1962, pp. 533-47.

Bézanger-Beauquesne, L; Pinkas, M; Torck, M; Trotin, F. Plantes Médicinales des Regions Tempérées. Paris: Maloine, 1980, pp. 403-4.

Mulet, L. Estudio Etnobotánico de la Provincia de Castellón. Castellón: Diputación Provincial, 1991, pp. 208.

Peris, JB; Stübing, G; Vanaclocha, B. Fitoterapia Aplicada. Valencia: M.I. Colegio Oficial de Farmacéuticos, 1995, pp. 470-1.

Peris, JB; Stübing, G; Figuerola, R. Guía de las Plantas Medicinales de la Comunidad Valenciana. Valencia: Las Provincias, 1996, p. 109.

Máñez S, Alcara MJ, Payá M, Ríos JL, Hancke JL. Selected extracts from medicinal plants as anti-inflammatory agents. Planta Med, 1990; 56: A68.


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