HAMAMELIS

Descrição

Arbusto até 7 m de altura, de folhas alternas, inteiras, ovais e assimétricas na base, dentadas ou sinuoso-dentadas, com proeminente nervação pinnada na parte inferior. Flores em ramalhetes axilares, com 4 pétalas amarelas em forma de língua e aparecem apenas no outono. Fruta em pequena cápsula rodeada na base pelo cálice.

 

Floração: outono-inverno. Colheita: folhas no verão.

 

Habitat: Originária dos Estados Unidos e Canadá, é cultivada como ornamental na Europa.

 

Parte utilizada

As folhas. Ocasionalmente, utiliza-se a casca

 

Princípios ativos

*Folhas

 

Taninos (3-10%) constituídos por uma mistura de taninos gálicos (hamamelitanino, monogaloihamamelosa), catecois condensados (catequina, galocatequina, epicatequina, epigalocatequina) e procianidois.

Heterosídeos flavónicos (com miricetina, quercetina e kempferol como agliconas).

Óleo essencial (0.01-0.50). Composto, aproximadamente, por 40% de álcoois, 15% de ésteres e 25% de compostos de carbonílicos (2-hexenal, acetaldeído,  e -ionona, 6-metil-3,5-heptadien-2-ona) e safrole.

Ácidos fenólicos, ácido gálico livre e hamelosa.

Colina (0,18-0,20%).

Leucoantocianosídeos.

Princípios amargos

* Casca

 

Taninos (10-12 %): mistura de hamamelitaninos  ,  e  (digaloilhamamelosa e catecois), de ácido gálico e monogaílhamamelosa.

Óleo essencial, rico em eugenol e sesquiterpenos.

Outros componentes: gorduras e ceras.

Ação farmacológica

 Vasoprotector capilarotropo, tónico venoso e antiedematoso (ação vitamínica P). Esta ação deve-se aos heterosídeos flavónicos, taninos e proantocianidois.

Vasoconstrictor (hamamelitanino, proantocianidois)

Bacteriostático, ativo face a Gram-, molusquicida (taninos, óleo essencial).

Adstringente e hemostático em aplicação tópica (taninos).

Anti-inflamatório. Os taninos catéquicos presentes nesta planta são capazes de inibir diferentes mediadores envolvidos nos processos inflamatórios, tais como os derivados da cascada do ácido araquidónico e o fator de ativação das plaquetas (PAF). Tanto o hamamelitanino como os taninos catéquicos são potentes inibidores da 5 lipoxigenasa.

Descongestionante ocular.

Antidiarreia devido à grande quantidade de taninos que contém.

Cicatrizante.

Antioxidante contra os radicais do superóxido, inibindo a despolimerização do ácido hialurónico e causando a contração da túnica muscular das veias. Esta ação deve-se aos hamamelitaninos da casca.

Um extrato concentrado de folha de hamamelis demonstrou atividade antiviral, in vitro, contra o vírus do herpes HSV-1.

Extratos aquosos e acetónicos da casca demonstraram atividade antimicrobiana, in vitro, contra diferentes microrganismos.

Indicações

Insuficiência venosa: varizes, pernas cansadas e doridas, hemorroidas, flebite.

Fragilidade capilar.

Faringite e estomatite.

Na aplicação tópica utiliza-se em lesões cutâneas, queimaduras, blefarite, conjuntivite, cuidados da pele, hematomas, entorses, pernas cansadas, hemorroidas, neurodermite etc.

Diarreia. Neste caso, utiliza-se mais a casca, devido ao seu alto teor em taninos.

Salpingite, endometrite, metrorragias, problemas menopáusicos.

Contraindicações

Gastrite e úlcera péptica. Os taninos podem irritar a mucosa gástrica.

Gravidez e lactação.

Interações

Não foram descritos.

 

Reações adversas

Podem ocorrer em doses elevadas, em tratamentos prolongados ou em indivíduos especialmente sensíveis: gastralgias ou prisão de ventre (devido à ação dos taninos), edema, e muito raramente, insuficiência hepática ou necrose hepática (taninos).

Estudos

• Djadjo Djipa et al. “Antimicrobial activity of bark extracts of Syzgium jambos Alston (mirtaceae). Journal of Ethnopharmacology 71 (2000) 307-313.
• Pereira da Silva et al. “Antioxidante in medicinal plant extracts. A research study of the antioxidant capacity of  Crataegus, Hamamelis and Hidrastis”. Phytoterapy Research 14, 612-616 (2000).
• Masaki H., Atsumi T., Sakurai H. « Evaluation of superoxide scavering activities of hamamelis extract and hamamelitanin”. Free Radic. Commun., 19, 5: 333-40, 1993.
• Duwiejua M., Zeitlin IJ., et al. « Antiinflamtory activity of Poligonum bistorta, Guaiacum officinale and Hamamelis virginiana in rats ». J. Pharm. Pharmacol., 46, 4:286-90, 1994 Apr.
• Korting HC., Schafer Korting M., Hart H et al. “Antiinflamatory activity of hamamelis distillate applied topically to the skin. Influence of vehicle and dose”. Eur. J. Clin. Pharmacol., 44, 4 :315-8, 1993.
• MacKay D. Hemorroides y venas varicosas: un examen de las opciones de tratamiento. Altern Med Rev 2001 Apr; 6(2): 126-140.
• Pfister R. “Problems in the treatment and after care of chronic dermatoses. A clinical study on hametum ointment”. Fortschr Med 99 (31-32):1264-8, 1981).
• Hughes-Formella BJ, Bohnsack K, Rippke F, Benner G, Rudolph M, Tausch I, Gassmueller J. Efecto antiinflamatorio de loción de hamamelis en un test de eritema UVB. Dermatology 1998;196(3):316-22.
• Habtemariam S. Hamamelitanino de Hamamelis virginiana inhibe el factor de necrosis tumoral alfa (TNF) – inductor de la muerte de células endoteliales in vitro.Toxicon 2002 Jan;40(1):83-8.
• Masaki H, Atsumi T, Sakurai H.Actividad protectora de hamamelitanino en el daño celular de los fibroblastos de piel murina inducida por irradiación UVB. Dermatol Sci 1995 Jul; 10(1):25-34.
• Masaki H, Sakaki S, Atsumi T, Sakurai H.”Active-oxygen scavenging of plant extracts”. Biol Pharm Bull. 1995 Jan; 18(1):162-6.

Bibliografia

Real Farmacopea Española, 2ªedición. 2002.

Farmacopée Française IX Édition.

British Herbal Pharmacopoeia, 1983.

Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. Norman Grainger Bisset (Ed). Max Wichtl. CRC Press.1994.

Plantas Medicinales y Drogas Vegetales para infusión y tisana. Edición española a cargo de: Salvador Cañigueral, Roser Vila, Max Wichtl.1998.

Plantas Medicinales.  Thérapeutique-Toxicité. Christiane Vigneau.  Masson,  Paris 1985.

Plantas Medicinales.  Margarita Fernandez y Ana Nieto. Ed Universidad de Navarra.  EUNSA 1982.

Fitoterapia: Vademecum de Prescripción. Plantas Medicinales. Colaboran: Asociación española de médicos naturistas. Colegio Oficial de Farmacéuticos de Vizcaya.

Matière Médicale (tomo II).  RR Paris- H. Moyse. Masson 1981.

Pharmacognosy 9th edition. Varro E. Tyler – Lynn R. Brady – James E. Robbers.

100 Plantes Medicinales. Max Rombi.Romart 1998.

The Complete German Commission E Monographs. Therapeutic Guide To Herbal Medicines. Mark Blumenthal. American Botanical Council 1998.

Fitoterapia Aplicada. J.B. Peris, G. Stübing, B.Vanaclocha. Colegio Oficial de Farmacéuticos de Valencia 1995.

Pharmacognosy, Phytochemistry, Medicinal Plants. Jean Bruneton. Lavoisier Publishing.

Jean Bruneton. Farmacognosia. Fitoquímica Plantas Medicinales. 2ª Edición. 2001. Ed Acribia. S.A.