Descrição
O fucus (sargaço vejigoso
ou sargaço vesiculoso) é uma alga marinha que se encontra nos oceanos Atlântico
e Pacífico, bem como nas costas do Mar do Norte e do Mar Báltico. Tem vesículas
características, repletas de gás nitrogénio, que são dispostas em pares em
ambos os lados da costela central. Pode atingir até 1 metro de comprimento.
Parte utilizada
Usa-se o talo.
Principais constituintes
Polissacarídeos
mucilaginosos: algina (18-30%), fucoidano, laminarano ou laminarina.
Sais minerais abundantes
(13-23%) entre os quais se destaca o iodo na forma de sais inorgânicos e unidos
a proteínas e lípidos.
Vitaminas: B1, C, E e
pequenas quantidades de B12; beta-caroteno e zeaxantina.
Fucoxantina: carotenóide
da família das xantofilas, que lhe confere uma cor castanha-esverdeada a estas
algas.
Outros componentes:
manitol, esteróis (fucosterol) e polifenóis.
Atividade farmacológica
Saciante: devido ao seu
conteúdo de polissacarídeos, especialmente alginatos.
Estimulante da tiróide e
ativadora do metabolismo basal: devido ao seu teor de iodo.
Retarda a absorção de
glicose e dos lípidos.
Laxante mecânico: pelo
seu teor em polissacarídeos.
Diurética: devido ao seu
conteúdo em sais minerais.
Remineralizante: devido
ao seu alto teor de sais minerais.
Termogénica: A
fucoxantina induz a expressão da UCP1 nas mitocôndrias dos adipocitos do tecido
adiposo branco, fazendo com que se comportem como os do tecido adiposo castanho
(aumentando a oxidação dos ácidos gordos e a produção de calor). Este efeito
pode ser útil nos tratamentos de controlo de peso.
O fucoidano demonstrou,
"in vitro", um efeito inibidor do crescimento Helicobacter pylori,
além de induzir um aumento na espessura da camada de mucosa gástrica e induzir
a apoptose em diferentes linhas de células cancerígenas. Preconiza-se a sua
potencial utilidade no tratamento da gastrite crónica, úlceras pépticas e
cancros gástricos e colorretais.
Indicações
Coadjuvante em
tratamentos de obesidade, excesso de peso, celulite.
Contraindicações
Gravidez e lactação.
Doenças da tiróide.
Doença cardíaca.
Nervosismo, insónia.
Precauções
Diabéticos: recomenda-se
controlar a glicose no sangue.
A EMA estabelece que não
deve ser ultrapassado o limite diário de
400 μg de iodo total, por dia.
O Comité Científico da Alimentação Humana (Scientific
Committee on Food, SCF) estabeleceu um limite máximo para a ingestão de iodo de
600 μg/dia para adultos e 200 μg/dia para crianças dos 1 aos 3 anos.
Interações com
medicamentos
Hormonas da tiróide ou
agentes antitiróides.
Devido ao seu teor de
mucilagem, pode interferir com a absorção de outros medicamentos quando tomados
de forma concomitante, pelo que é recomendado distanciar a ingestão de ambos pelo
menos uma hora.
Efeitos secundários
Nas pessoas especialmente
sensíveis ou em doses elevadas, e/ou tratamentos prolongados, pode alterar a
função da tiróide.
Monografía de la SEFIT (Sociedad Española de Fitoterapia).
Manual de Fitoterapia. Encarna Castillo García e Isabel Martínez Solís. 2ª edición Elsevier.
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