Descrição
Arbusto espinhoso, de até
3 m de altura com folhas pecioladas, palmeado-compostas. Pequenas flores,
reunidas em umbelas globosas, as femininas amareladas e as masculinas violetas.
Frutos carnudos de cor preta.
Parte utilizada
Raiz e rizoma.
Princípios ativos
Eleuterosídeos
(0,6-0,9%): heterosÍdeos cujas geninas pertencem a grupos fitoquímicos muito
diversos: eleuterosídeos A ou daucosterol (glicosídeo derivado do
-sitosterol), eleuterosídeo B (glicosídeo de álcool sinápico), eleuterosídeos
D e E (glicosídeos do siringasresmol) e eleuterosídeos I, K, L, M (saponosídeos
derivados do ácido oleanólico).
Derivados fenilpropânicos:
ácido cafeico livre ou esterificado, aldeído coniferílico.
Cumarinas.
Lignanos.
Fitosterois:
-sitosterol.
Polissacarídeos
heterogéneos (eleuteranos).
Carotenos.
Ação farmacológica
Adaptógeno, antihipnótico:
estimula o SNC, aumenta o desempenho físico e intelectual, aumenta a
resistência não específica às doenças, diminui a frequência das doenças devido
ao frio e à fadiga. Defatigante e antidepressivo. Maior resistência ao stress
físico e mental. Alguns autores sugerem que o efeito adaptogeno do eleuterococo
e do ginseng é provocado pela estimulação do sistema pituitário-adrenocortical,
tendo sido observado um aumento dos níveis de plasma de corticosterona uma hora
depois de ter sido injetado, intraperitonealmente, em animais de laboratório.
Observou-se também que o efeito
adaptógeno era mais evidente a partir dos 60 dias de tratamento.
O Eleuterococo é usado
por atletas de competição, para aumentar o desempenho físico. Produz uma
diminuição do gasto de glicogénio, de fósforo e de ATP, juntamente com uma
diminuição da acumulação de ácido láctico no músculo estriado. A ingestão
prolongada de eleuterococo aumenta a fosforilação oxidativa, favorecendo a
mobilização de glicidos e uma utilização mais económica de compostos fosfatos
macroenergéticos.
Imunomodulador, aumenta a
imunidade humoral (fração de polissacarídeo). A resistência não específica às
doenças é incrementada. Diferentes estudos clínicos em humanos mostram que a
administração oral do extrato etanolico
de eleuterococo estimula a ativação das diferentes subpopulações de linfócitos
B e T e aumenta a atividade fagocitica. Também induz a produção de interleucina
1 e interleucina 6. Este efeito foi observado depois de um período prolongado
de administração (6 meses).
O extrato de eluterococos
melhora a condição geral dos doentes oncológicos submetidos a radio ou
quimioterapia, reduzindo a concentração de metabolitos usados como
antiproliferativos das células cancerígenas, ativando provavelmente os
processos de recuperação do ADN celular. Também aumenta a resistência à
radiação natural.
Em animais de
laboratório, foi observada uma ação de proteção contra o desenvolvimento de
cancros induzidos por N-nitroso-etil-ureia.
In vitro, o extrato
aquoso da raiz de eleuterococo mostra um efeito citotóxico sobre as células
leucémicas murinas.
O extrato de eleuterococo
provocou um aumento in vivo da fagocitose de Candida albicans pelos granulocitos
e os monócitos.
Antiviral: O extrato
etanolico inibe, in vitro, a reprodução do rinovírus humano, do vírus sincitial
respiratório e do vírus da gripe A.
Hematopoiético. O eleutherococo
reduziu, nos dadores de sangue, o tempo de recuperação do volume e do
hematocrito, aumentou a taxa de hemoglobina, o número de neutrófilos e
eosinófilos, e a concentração plasmática de globulinas.
Ligeiramente
hipoglicémico: aumenta os níveis de insulina plasmática e reduz os níveis de
glucagão.
Anti-radicalar
(antioxidante).
Anticoagulante. O eleuterococo
ativa os sistemas anticoagulantes, protegendo os animais da trombogénese
induzida pela injeção intravenosa de tromboplastina do tecido.
Estimula a função
endócrina das glândulas sexuais e das cápsulas suprarrenais.
Acção gonotrópica sobre a
próstata e nas vesículas seminais.
Anti-inflamatório:
diminui a permeabilidade vascular.
Indicações
Esgotamento físico e
mental, astenia.
Convalescença.
Astenia de origem
oncológica.
Para aliviar os efeitos
secundários da quimioterapia e da radioterapia.
Diabetes: associado à
insulina ou antidiabéticos orais.
Atletas e trabalhar em
condições extremas, para melhorar o desempenho.
Alunos para melhorar a
capacidade de concentração.
Contraindicações
Arritmias cardíacas, hipertensão,
ansiedade e nervosismo. Podem ser agravadas devido ao efeito estimulante do
eleuterococo no SNC.
Gravidez e lactação. Não
existem dados que suportem a sua segurança durante estes períodos.
Interações
Digitálicos. O eleuterococo
pode aumentar a biodisponibilidade da digoxina, aumentando os seus efeitos
terapêuticos e a toxicidade.
Heparina, anticoagulantes
orais e antiagregantes plaquetários. O eleuterococo pode potenciar os efeitos
destes medicamentos e promover o aparecimento de hemorragias.
Antidiabéticos orais e
insulina. O eleuterococo pode potenciar os efeitos hipoglicémicos da insulina ou
dos antidiabéticos orais, pelo que, em caso de coadministração, a dose de
insulina ou antidiabéticos deve ser reajustada.
Reações adversas
Não foram descritas nas
doses terapêuticas recomendadas. Em tratamentos prolongados, em indivíduos
especialmente sensíveis ou em doses elevadas, foram descritos os seguintes:
náuseas, vómitos, diarreia, taquicardia, nervosismo e dores de cabeça.
Em alguns casos, ocorre sonolência
diurna ou distúrbios do sono, se tomados à noite.
Foi descrito um provável
efeito estrogénico.
Precaução
Devido às diferenças
químicas e farmacológicas entre a raiz eleuterocócica e o ginseng, estas duas
drogas não são permutáveis.
Estudos
O extrato de Eleuterococo
foi administrado a mais de 2.200 indivíduos, em ensaios clínicos, com o
objetivo de avaliar os seus efeitos adaptogénicos em estados doentes. Uma
variedade de doenças foram incluídas nestes estudos, incluindo angina,
hipertensão, hipotensão, pielonefrite aguda, vários tipos de neurose, trauma
craniocerebral agudo, doença cardíaca reumática, bronquite crónica e cancro. O
eleuterococo mostrou boa atividade adaptogénica nestas doenças.
A dose padrão do extrato
fluido utilizado na maioria dos estudos variou de 2,0 a 4,0ml (até 16,0ml), uma
a três vezes por dia, por períodos de até 60 dias consecutivos. A dose que
utiliza um extrato normalizado para conter mais de 1% eteutrosídeo E, deveria
ser de 100 a 200mg, três vezes por dia. Com um longo período de utilização,
normalmente há 2-3 semanas de intervalo entre 60 dias decorridos.
Os estudos de toxicidade em
animais demonstraram que os extratos de Eleuterococo são praticamente não
tóxicos. Em estudos humanos, o extrato de Eleuterococo tem demonstrado ser bem tolerado e os efeitos secundários são
incomuns; no entanto, os efeitos secundários incluem insónia, irritabilidade,
melancolia e ansiedade, que ocorrem frequentemente em doses elevadas. Em
indivíduos com doença cardíaca reumática, ocorreram sintomas como dor
pericárdia, dor de cabeça e aumento da pressão no sangue.
O eleuterococo tem
demonstrado, consistentemente, a capacidade para aumentar a sensação de
bem-estar numa variedade de distúrbios psicológicos, incluindo depressão,
insónia, hipocondríase e várias neuroses. Uma explicação possível é a melhoria
do equilíbrio de monoaminas, uma vez que o eleuterococo foi testado para
aumentar o teor de monoaminas no cérebro, glândulas suprarrenais e urina, em
ratos.
A administração do eleuterococo
pode melhorar a capacidade de trabalho, a função atlética e a vivacidade
mental.
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