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CASTANHA DA INDIA

Aesculus hippocastanum L

Descrição

Árvore de 20-25m, folhas opostas, petiolação comprida, compostas, com 5-7 folíolos, transovados, acuminados e desnivelados. Flores irregulares brancas ou rosa, com manchas vermelhas e amarelas, em inflorescências cónicas eretas.

 

Floração: desde abril. Colheita: as sementes no final do verão ou no outono.

 

Habitat: Originária da Ásia Menor ou da Ásia Central, é cultivada como ornamental.

 

Os frutos são cápsulas espinhosas que podem conter até três sementes pardo-acastanhado, brilhantes e com a zona do fio larga e clara.

 

Parte utilizada

Utilizam-se, preferencialmente, as sementes. Também a casca e, ocasionalmente, as folhas.

 

Princípios ativos

 

* Sementes

 

Saponinas triterpénicas (10%): Escina ou aescina.

Flavonoides: heterosídeos do quercetol e do kenferol.

 Proantocionidois, oligmero do 3-Repicatecol, esculataninas A-G.

Amido até 60%.

Cumarinas: esculina e fraxina.

Esterois: estigmasterol, -espinasterol -sitosterol.

As cotiledones da semente, muito ricas em amido (40-50%) e outros açúcares, contêm lípidos (6-8%), heterosídeos de flavonois, cicliltois e saponosídeos. Estes últimos representam até 10% da massa do fármaco. Os  saponosídeos "totais", conhecidos como aescina (=escina), são uma mistura de vários heterosídeos, derivados dos duas geninas triterpénicas da sériedo  olean-12(13)-eno: protoescigenina e baringtogenol-C (escinas Ia,b, IIa,b, III, etc.). As duas geninas são polihidroxilados (em C-3, C-16, C-21, C-22, C-28 e, no caso da protoscigenina, em C-24) e os seus hidroxilos secundários em C-21 e C-22 são esterificados por ácidos alifáticos de baixa massa molecular (ácido etanoico, ácido tiglico, ácido angélico). A ligação ossídica é estabelecida entre o hidroxilo em C-3 da genina e o ácido D-glucurónico de um trissacarídeo variável.

Os teores das sementes, que anteriormente eram eliminadas da droga comercial, contêm proantociannidois, oligomeros de (----epicatecol: o procianidol B-2, maioria, é acompanhado por outros dimeros com uma ponte (B-5) e suas duas pontes (A-2, A-4 46, A-6, A-7 48 ) diferentes entre si pela sua 2ª ponte, 25  ou 27. O fármaco também contém trimeros simples (com uma ponte: C-1) ou construídos a partir de uma unidade com duas pontes tipo A (48, 27), os esculitaninos (A-D) assim como tetrameros (esculitaninos E-G).

* Casca

 

Heterosídeos de cumarina:  esculosídeo, fraxosido e escopoletosídeo. Parecem ser os princípios ativos fundamentais.

Taninos catequicos (proantoacianidina A2).

Leucoantocianidinas.

Flavonoides.

Alantoína

Fitoesterois.

Alcanos.

*Folhas

 

Heterosídeos de cumarina: esculosídeo, fraxósido, escopoletosídeo como os princípios ativos mais importantes.

Flavonoides.

Os taninos.

Fitoesterois.

Vestígios de escina.

Ação farmacológica

* Sementes

Venotónica (escina).

Anti-inflamatória e anti-edematosa (escina e esteróis)

Vasoprotetora, aumenta a resistência capilar e diminui a sua fragilidade (escina, esculosídeo e esculetosídeo)

A escina presente nas sementes diminui a permeabilidade dos vasos e exerce uma ação anti-edematosa. O extrato de sementes reduz a atividade lisosomica (beta-N-acetilglucosaminidasa, beta-glucuronidasa  e arilsulfatasa) que é aumentada nas patologias venosas crónicas, de modo que a hidrólise dos proteoglicanos que constituem parte das paredes capilares é reduzida. Além disso, a filtração dos proteoglicanos de baixo peso molecular, eletrólitos e água no interstício, é inibida por uma redução da permeabilidade vascular.

 

                A escina apresenta estas propriedades graças a um mecanismo molecular de melhoria na entrada de iões de cálcio, que produz um aumento da tensão venosa, tanto in vivo como in vitro. Outros mecanismos como a libertação de PGF2 das veias, o antagonismo à histamina e a redução do catabolismo dos mucopolissacarídeos tissulares, contribuem para estas ações farmacológicas.

 

                A proantocianidina A2 demonstrou atividade venotónica e protetora da parede vascular (aumenta a resistência capilar e diminui a fragilidade).

 

Anti-hemorrágica: devido à ação protetora dos endotélios vasculares e ao aumento da resistência capilar.

A proantocianidina também tem atividade antioxidante, e clinicamente tem demonstrado na aplicação tópica, um efeito protetor face à indução do eritema pela radiação UV.

*Casca

Na casca, destaca-se o esculosídeo, o que diminui a permeabilidade dos capilares e aumenta a sua resistência. Também reduz os danos causados pelos raios Ultravioleta B, pelo que é utilizado no fabrico de protetores solares.

                Os extratos de Castanha-da-Índia são um componente comum nos cremes antivaricos e anti-hemorroidais porque os seus saponosídeos aumentam a absorção de outros princípios ativos.

 

O extrato de Castanha da Índia tem uma ação anti-radicalar, in vivo e in vitro, inibindo a peroxidação lipídida.

 

Indicações

* Sementes

 

Varicose e outras manifestações de insuficiência venosa crónica das extremidades: peso, inchaço, dor, formigueiro e cãibras noturnas nos gémeos.

Hemorroidas.

Reabsorção do edema, principalmente pós-cirúrgico.

Tromboflebite e úlceras varicosas

Fragilidade capilar cutânea: petéquia, equimose e hematomas, eritrose etc.

Outras: As sementes têm sido tradicionalmente utilizadas para o tratamento da diarreia, febre e artrite.

* Folhas e casca

 

Têm sido tradicionalmente usados para o tratamento de diarreia, febre, artrite, edema, hiperplasia prostática benigna, síndrome pré-menstrual e tosse improdutiva.

Topicamente tem sido utilizada para o tratamento da dermatite.

Contraindicações

Gravidez e lactação.

Hipersensibilidade à castanha-da-Índia.

Melenas e hematúrias.

Precauções

Parece que a absorção da escina é maior na ausência de alimentos, mas o risco de danos gástricos também é maior, pelo que é recomendado tomar castanha-da-Índia depois das refeições.

Devido ao efeito ulcerogénico dos taninos, a castanha-da-Índia pode causar um agravamento da gastrite ou da úlcera péptica.

Insuficiência renal: a castanha-da-Índia deve ser utilizada com precaução em caso de insuficiência renal, uma vez que pode diminuir ainda mais a desobstrução renal.

Insuficiência hepática: a escina provocou alguns casos específicos de hepatotoxicidade.

Insuficiência cardíaca: A castanha-da-índia deve ser utilizada com precaução no tratamento do edema associado à insuficiência cardíaca.

 Interações

Heparina, anticoagulantes orais e antiagregantes plaquetários. A castanha-da-Índia pode aumentar os efeitos anticoagulantes destes medicamentos e promover o aparecimento de hemorragias. A escina desloca estes compostos da sua ligação às proteínas, potenciando os seus efeitos.

As penicilinas (ampicillina) e as cefalosporinas (cefalotina) podem aumentar a toxicidade da escinina.

Reações adversas

São muito raras, e ocorrem em indivíduos especialmente sensíveis, em tratamentos prolongados ou com doses elevadas.

 

Devido ao seu conteúdo saponosídeos, esta planta é irritante para as membranas mucosas, especialmente a mucosa digestiva, sendo capaz de provocar hiperaciidez gástrica, náuseas, etc.

Urticária, prurido, erupções exantemáticas ou dermatite de contacto.

Muito raramente, pode ocorrer necrose hepática ou nefropatia tóxica.

O consumo acidental de sementes, especialmente em crianças, pode levar a acidentes graves.

A esculina provocou intoxicação por dose excessiva, que ocorre com incoordenação, fraqueza muscular, dor de cabeça, diarreia, vómitos,  miodriase, estupor, paralisia facial e depressão respiratória. Este quadro pode ser apresentado pela ingestão de mais de 5 sementes; no entanto, a possibilidade de ser produzida pelo consumo de infusões é muito baixa.

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