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AVEIA

Avena sativa L

Descrição

Planta anual, de 50-150 cm de altura, com folhas alternas, lanceoladas e planas. Inflorescência em panícula com espigões abertos, com 2 flores cada.  Glumelas da espícula glabras ou glabrescentes, com rachis das espículas que não se desarticulam na maturidade. O fruta é um  cariopside castanho.

 

Parte utilizada

Partes aéreas da planta verde.

 

Princípios ativos

Lípidos abundantes, amido e celulose.

Tocoferois (no endosperma).

Alcaloide indólico: gramina.

Sais minerais (cálcio, sílica, manganês, zinco, ferro, etc.).

Polifenóis: flavonas.

Saponósidos triperpénicos do tipo furostanol: avenacosidos.

Carotenóides.

Fibra solúvel (beta glucano)

Ação farmacológica

Emoliente (Lípidos).

Antioxidante (tocoferois).

Bioestimulante energético , tónico e restaurador (lípidos, amido, carotenóides, sais minerais).

Sedativo nervoso (gramina).

Diurético aquarético.

Reduz os níveis de colesterol.

Indicações

Eczema, dermatose, prurido urticária.

Ansiedade, insónia, depressão, distúrbios neuro-vegetativos da menopausa.

Astenia, convalescença.

Hiperlipemias.

Contraindicações

Não foram descritas.

 

Precauções

Não foram descritas.

 

Efeitos secundários e toxicidade

Não se conhecem.

 

Dosagem

Uso interno:

 

Tintura materna: 60-120 gotas, 3 vezes por dia.

Uso externo:

 

Extrato coloidal de aveia de 10% (como emoliente), com apresentações diferentes

Estudos

Estudos sobre o seu efeito sedativo:

Foi utilizado um extrato etanolico como auxílio na correção do hábito de fumar (Bye e cols. 1974)

 

Estudos sobre o seu efeito hipolipemiante:

 

Num estudo realizado sobre 9 jovens do sexo masculino, com perfil normolipemico, observou-se que o consumo de farelo de aveia diminuiu os níveis de colesterol sérico e o pool de ácido cólico, aumentando o pool de ácido desoxicólico e a síntese e renovação dos ácidos biliares. A diminuição da taxa de colesterol no sangue estava relacionada com o aumento da eliminação, pelas fezes, dos ácidos biliares e gordura. A diminuição do colesterol no sangue deve-se, portanto, em parte, à alteração do metabolismo dos  ácidos biliares. O aumento do pool do ácido desoxicólico parece indicar que também agiria, diminuindo a síntese de colesterol. (Marlett JA, e cols 1994)

 

Num estudo aleatório e transversal, 20 pacientes, homens e mulheres, consumiram duas vezes por dia aveia (70 gramas de farelo de aveia) ou placebo durante 4 semanas. As quantidades de lípidos séricos foram determinadas no início e no final do ensaio, observando-se uma diminuição significativa dos níveis de colesterol total e LDL nos pacientes, sem afetar os níveis de HDL, na ausência de alterações dietéticas. Esta ação está relacionada com o beta glucano, o principal componente da fibra solúvel da aveia. (Braaten JT e cols 1994).

Estudos sobre o seu efeito sobre a glicose:

Considerando que quantidades moderadas de beta glucanos tinham efeitos benéficos sobre a tolerância à glicose e aos lípidos sanguíneos, realizou-se um estudo, durante 5 semanas, em 16 mulheres e 7 homens com uma taxa, moderadamente, elevada de colesterol e mantendo dietas normais. Depois de juntar à dieta extratos de aveia, observou-se que havia uma melhor tolerância à glicose. (Hallfrisch J e cols 1995)

Estudos sobre o seu efeito emoliente:

Foi realizado um ensaio clínico durante 10 meses, em 35 doentes com queimaduras agudas, observando-se que os pacientes tratados com um composto de aveia coloidal tinham menos comichão e necessitavam de menos anti-histamínicos do que o grupo de controlo. (Matheson JD e  cols 2001)

As suspensões de aveia coloidal foram usadas durante muitos anos para tratar a dermatite atópica. Foi sugerido que, em crianças com atopia poderia levar ao aparecimento de  dermatite de contacto alérgica. Foi realizado um estudo aleatório de duplo-cego, aplicando duas concentrações diferentes, de forma oclusiva, nas costas de 65 crianças, entre os 6 meses e os dois anos de idade, sem se observar qualquer tipo de sensibilização. Conclui-se que a aveia coloidal tópica pode ser utilizada como coadjuvante no tratamento da dermatite atópica moderada, em crianças com menos de dois anos de idade. (Pigatto P e cols 1997)

Braaten JT, Wood PJ, Scott FW, Wolynetz MS, Lowe MK, Bradley-White P y Collins MW. Oat beta-glucan reduces blood cholesterol concentration in hypercholesterolemic subjects. Eur J Clin Nutr. 1994 Jul;48(7):465-74.

Bye, C., Fowle, A.S.E., Letley, E., y Wilkenson, S. 1974. Lack of effect of Avena sativa on cigarette smoking. Nature 252:580–581. 

Hallfrisch J, Scholfield DJ y Behall KM. Diets containing soluble oat extracts improve glucose and insulin responses of moderately hypercholesterolemic men and women. Am J Clin Nutr. 1995 Feb;61(2):379-84

Marlett JA, Hosig KB, Vollendorf NW, Shinnick FL, Haack VS y Story JA. Mechanism of serum cholesterol reduction by oat bran. Hepatology. 1994 Dec;20(6):1450-7.

Matheson JD, Clayton J y Muller MJ. The reduction of itch during burn wound healing. J Burn Care Rehabil. 2001;22(1):76-81.

Pigatto P, Bigardi A, Caputo R, Angelini G, Foti C, Grandolfo M y Rizer RL. An evaluation of the allergic contact dermatitis potential of colloidal grain suspensions. Am J Contact Dermat. 1997 Dec;8(4):207-9.

Bibliografia

J.B.Peris, G.Stübing, B.Vanaclocha. Fitoterapia aplicada.  Ilustre Colegio Oficial de Farmacéuticos de Valencia. Valencia 1995. 

B. Vanaclocha, S. Cañigueral. Fitoterapia. Vademecum de Prescripción. Masson 4ª edición.

J. Bruneton. Farmacognosia. Fitoquímica. Plantas medicinales. Editorial Acribia. 2ª edición.

Plantas Medicinales y Drogas Vegetales para infusión y tisana. Edición española a cargo de: Salvador Cañigueral, Roser Vila, Max Wichtl.1998.

Plantas Medicinales.  Thérapeutique-Toxicité. Christiane Vigneau.  Masson,  Paris 1985.

Herbal Drugs and Phytopharmaceuticals. Norman Grainger Bisset (Ed). Max Wichtl. CRC Press.1994.

The Complete German Commission E Monographs. Therapeutic Guide To Herbal Medicines. Mark Blumenthal. American Botanical Council 1998


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