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PAPOILA

Papaver rhoeas L

Descrição

Planta herbácea anual, da família das Papaveraceas, até 70 cm de altura. Caules eretos, pouco ramificados, hispidos ou hirsutos (cobertos de pelos rígidos e patentes), verde claro com cerdas. Folhas alternas, compostas, pinuladas ou bininadas, com segmentos afiados, alongadas e lobuladas, muito divididas, com folíolos serrilhados pontiagudos e pêlos rígidos, tanto nos nervos como nas margens. As inferiores são pecioladas e as superiores são sésseis. Flores solitárias e terminais, grandes (5-8 cm de largura), de um vermelho escarlate e botões pendulares. Cálice com duas sépalas de caedizo na antese, corola de 4 pétalas de cor vermelha intensa, muitas vezes com uma mancha preta na base. Numerosos estames, com anteras azuladas. Ovário súpero, obovado, com estigmas em forma de um disco com 8-12 raios. Frutos globulares sem pelos, são uma cápsula com aspecto de urna, com um disco em cima que atua como se fosse uma tampa, cheia de sementes. As pétalas caem facilmente. Toda a planta exala um látex branco.

 

É muito comum à borda das estradas e campos, floresce entre junho e agosto e há muitas variedades. Também é chamado de ababol.

 

Parte utilizada

As pétalas das flores e, às vezes, a cápsula do fruto.

 

Princípios ativos

Antocianosidos derivados da cianidina, principalmente mecocianina (3-soforosido de cianidina) e cianina (3,5-diglucopiranosido de cianidina).  Dão coloração às pétalas.

Alcaloides isoquinoleicos, o principal é a roeadina ou readina (mais de 50% do total de alcaloides. A sua estrutura é semelhante à hidrastina) e a reagenina (derivado por demetilização). Outros: rearrubina I, rearrubina II, papaverina.

Ácidos rhoeádico e papavérico.

Mucilagens.

Flavonoides.

Ação farmacológica

Sedativo ligeiro do SNC ( alcaloides isoquinoleicos).

Ligeiramente hipnótica. Não tem atividade do tipo morfinica ( alcaloides isoquinoleicos). A papopila produz uma depressão do sistema nervoso central, diminuindo o período de indução do sono. Foi determinado um efeito hipnótico em ratos, em doses de 400 mg/kg.

Antiespasmódica e parasimpaticolítica (alcaloides isoquinoleicos).

Emoliente (mucilagens).

Antitússica (mucilagens). As mucilagens da papoila exercem um efeito calmante sobre a mucosa respiratória, inibindo o reflexo da tosse.

Sudorífica.

Antisséptica (readina).

Alguns autores atribuem-lhe ação descongestionante pélvica e que favorece a drenagem linfática. Ao extrato da planta alguns autores dão-lhe propriedades antifúngicas.

Indicações

Afeções respiratórias: Tosse espasmódica, tosse convulsa, processos asmáticos, bronquite, rouquidão, faringite.

Insónia de crianças e idosos, ansiedade.

Espasmos gastrointestinais.

Em alguns países também é utilizada em casos de problemas de eretismo cardíaco no adulto (coração saudável).

Uso externo: blefarite (inflamação das pálpebras) e conjuntivite.

As pétalas também podem ser usadas para a extração de uma matéria colorida, que tem sido usada em inúmeras ocasiões para colorir tecidos e tingir as capas de cera usadas nos queijos.

Contraindicações

Como não existem dados disponíveis e, de acordo com a prática médica habitual, não deve ser utilizada durante a gravidez e lactação, sem supervisão médica.

Lactação: Não se sabe se os componentes da papoila são excretados em quantidades significativas com o leite materno, e se isso pode afetar a criança. Recomenda-se parar de amamentar ou evitar a administração da papoila.

Epilepsia. A papoila deve ser utilizada com cuidado, em caso de epilepsia, devido à possível existência de alcaloides neurotóxicos e epileptogénios.

Durante a gravidez: foram realizados estudos em várias espécies de animais, utilizando doses várias vezes superiores às humanas, sem que tenham sido registados efeitos embriotóxicos ou teratogénicos; no entanto, não foram realizados ensaios clínicos em seres humanos, pelo que a utilização da papoila só é aceite em caso de ausência de alternativas terapêuticas mais seguras.

Precauções

Não foram descritas.

 

A papoila pode afetar substancialmente a capacidade de conduzir e/ou manobrar máquinas. Os pacientes devem evitar manobrar máquinas perigosas, incluindo carros, até que tenham razoavelmente a certeza de que o tratamento do fármaco não os afeta de forma adversa.

 

Efeitos secundários, interações e toxicidade

Não existem efeitos secundários conhecidos quando tomado na dose recomendada. Devido aos pigmentos das pétalas, as fezes podem ser tingidas de vermelho, sem que isso seja de qualquer importância.

Em doses fortes pode causar sonolência, náuseas, vómitos e febre.

Interações: A papoila pode aumentar o efeito sedativo produzido pelos barbitúricos, as benzodiazepinas, os anti-histamínicos H1 pelo álcool.

Toxicidade: Nos ensaios com ratos foi estabelecido que a dose letal 10 (LD10) é de 2000 mg/kg e a dose letal 50 (LD50) é de 4000 mg/kg.

Embora não seja considerada uma espécie tóxica, ocorreram intoxicações em crianças pequenas devido à ingestão de folhas frescas com inflorescências. No caso de dose excessiva, ocorre um quadro caracterizada por náuseas, vómitos e gastralgia.

No entanto, a probabilidade de envenenamento pelo consumo de infusões é muito baixa.

No caso de overdose ou ingestão acidental, vá a um centro médico ou consulte o Serviço de Informação Toxicológica, telefone (91)-562.04.20, indicando o produto e a quantidade ingerida.

Estudos

Estudos clínicos sobre a composição:

Pfeifer S, Hanus V. On the alkaloids from Papaver rhoeas L. Pharmazie. 1965 Jun;20(6):394. PMID: 5864395 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Pfeifer S. On the occurrence of glaudine in opium and Papaver rhoeas L. Pharmazie. 1965 Apr;20(4):240. PMID: 5849307 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Estudo clínico sobre a toxicidade:

Um estudo recente, em ratos, de um extrato hidroalcoólico, desprovido de alcaloides, revelou um efeito sedativo em ratos em doses de 400 mg/Kg.Soulimani R, Younos C, Jarmouni-Idrissi S, Bousta D, Khalouki F, Laila A. Laboratoire d'Ethnobotanique et de Pharmacologie, Universite de Metz, BP 4102, 57040 Metz, Cedex 01, France. Behavioral and pharmaco-toxicological study of Papaver rhoeas L. in mice. J Ethnopharmacol 2001; 74(3): 265-74. PMID: 11274828 [PubMed-indexed for MEDLINE].

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