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ABETO BRANCO

Abies alba Miller

Descrição

É uma árvore perene de, até 50 m de altura. De tronco reto e casca cinzenta e lisa quando são jovens, rachando mais tarde em escamas escuras. Copa densa, em princípio estreita, cónica ou piramidal. Com o tempo, modera o seu crescimento em altura no que diz respeito ao lateral, adotando formas tronco-cónicas. Ramificação vértica com disposição horizontal. Brotos jovens com pubescência avermelhada e casca cinza-esverdeada. Galhos, mais ou menos, densamente cobertos com pubescência, que são geralmente de cor avermelhada. A raiz principal é vertical até um metro e meio de profundidade, a partir da qual um bom número de raízes secundárias laterais nascem profusamente (mais grossas as superiores,) proporcionando uma fixação ideal.

 

Brotos cobertos por escamas ovais avermelhadas. As folhas são lineares, planas, fortes, flexíveis, solitárias, perenes (até 10 anos de vida), não cortantes e rombas na ponta, até 2,5 cm de comprimento, com um pecíolo insignificante localizado de forma helicoidal, dispostas em duas linhas, de cor verde escuro, brilhante, sulcada pela face e com duas linhas esbranquiçadas na parte inferior. As flores, inseridas nos ramos do ano anterior, são divididas em amentos masculinos (cones), pequenos, globosos, cobertos por escamas amarelas e os femininos são maiores, virados para cima, sob a forma de abacaxi, sentadas e eretas com uma forma cilíndrica de cerca de 4 cm de comprimento.

 

Punhados verticais, de 10 a 20 cm de comprimento por 3 a 5 cm de largura em pedicelos curtos e robustos. Desfazem-se na maturidade, deixando apenas o eixo central. São verdes e depois castanho-alaranjadas. As escamas tectistas, em forma de leque, e as escamas seminiferas dentadas, mais compridas do que as anteriores e com uma extremidade curva. As sementes (pinhão) são triangulares com asas membranosas e longas, chegando a atingir os 2,5 cm.

 

Floresce de abril a maio. Os ananases amadurecem entre setembro e outubro do mesmo ano. Não resiste a frios muito intensos, nem a atmosferas de poeira ou gases tóxicos. Precisa de solos frescos e profundos e de um clima húmido com seca de verão pouco pronunciada.

 

Parte utilizada

Os botões e às vezes as folhas, casca e resina.

 

Princípios ativos

* Botões:

 

Resina e óleo essencial contendo 25-35% de acetato de borníolo, 10-22% alfa-pineno, 10-15% delta-3-careno, 15-26% camfeno e pequenas quantidades de cineole (1-5%), limoneno (4-8%), beta-pineno (1-3%), alfa-terpineol e borneol (1-5% de cada um).

 

* Folhas:

 

Glicosídeos.

Piceína.

Óleo essencial.

*Casca:

 

Celulose.

Minerais.

Taninos.

Flobafeno.

* Resina:

 

É rica em essência de resina e ácido abientinico.

 

Ação farmacológica

* Os botões:

 

Em uso interno:

 

Balsâmico e expectorante (resina, o óleo essencial).

Anticépticos, especialmente nas vias respiratórias e vias urinárias.

Alguns autores atribuem-lhe ação simpaticomimética, estimulante da casca suprarrenal e osteoblástica.

No uso externo, tanto a essência como a resina são:

 

Rubefacientes.

Analgésicos.

Antissépticos.

Indicações

* Os botões:

 

Uso interno:

 

Afeções respiratórias: constipações, gripe, bronquite, enfisema, faringite, sinusite.

Infeções das vias urinárias: cistite, uretrite, pielonefrite.

Uso externo:

 

O óleo essencial é usado em inflamações osteoarticulares suaves, neuralgias e mialgias.

Contra-indicações

Não administrar a doentes com hipersensibilidade conhecida a este ou outros óleos essenciais, não aplicar topicamente a crianças com menos de dois anos nem a pessoas com alergias respiratórias.

Recomenda-se, abster-se de usar óleos essenciais internamente durante a gravidez, lactação, asma brônquica, tosse convulsa e crianças com menos de seis anos.

Não prescreva extratos com teor alcoólico (tintura, extrato de líquido, xarope) a crianças com menos de dois anos ou a pessoas em processo de desabituação etílico.

Precauções

Em caso de prescrição do óleo essencial, especifique que seja dissuadido e cauteloso perante a possibilidade de irritação das e o aparecimento de reações alérgicas ou broncospasmos em pessoas hipersensíveis. Preventivamente, recomenda-se a prática de um teste de tolerância antes da aplicação de inalações com óleo essencial: inalar durante 15 segundos e esperar 30 minutos.

 

Efeitos secundários e toxicidade

O óleo essencial puro pode causar irritação da pele e mucosas e agravar os broncoespasmos.

 

Estudos

Estudos clínicos sobre a sua ação antitumor:

Karkabounas S, Assimakopoulos D, Malamas M, Skaltsounis AL, Leonce S, Zelovitis J, Stefanou D, Evangelou A. Laboratory of Experimental Physiology, University of Ioannina, 45 110 Greece. Antiproliferative and anticarcinogenic effects of an aqueous preparation of Abies alba and Viscum album se abies, on a L-1210 malignant cell line and tumor-bearing Wistar rats. Anticancer Res. 2000 Nov-Dec;20(6B):4391-5. PMID: 11205277 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Estudo clínico sobre a sua ação a nível respiratório:

Baranetchi C, Segal B, Segal R. Administration of a water-alcohol extract of the fir tree (Abies alba) as an aerosol in respiratory tract diseases. [Article in Romanian]. Rev Med Chir Soc Med Nat Iasi. 1985 Jan-Mar;89(1):123-4. PMID: 4070863 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Estudos clínicos sobre a sua composição química:

Jonczyk J. Study of volatile oil of fir branches Abies alba Miller. 3. Study of non-monoterpene fraction and gas chromatography of oil. [Article in Polish]. Acta Pol Pharm. 1970;27(3):301-5. PMID: 5456905 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Jonczyk J. Study of volatile oil from Abies alba Miller. I. Study of raw material. [Article in Polish]. Acta Pol Pharm. 1970;27(1):71-7. PMID: 5438709 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Jonczyk J. Study of volatile oil from sprigs of Abies alba Miller. II. Study of monoterpene fractions of oil. [Article in Polish]. Acta Pol Pharm. 1970;27(2):155-62. PMID: 5422250 [PubMed-indexed for MEDLINE].

Bibliografia

Bézanger-Beaunesque, L; Pinkas, M; Torck, M; Trotin, F. Plantes Médicinales des Regions Tempérées. Paris: Maloine, 1980, 26.

Paris, RR; Moyse, M. Précis de Matière Médicale. Tome I. Paris: Masson, 1986, pp. 388-9.

Rivera, D; Obón, C. La Guía Incafo de las Plantas Útiles y Venenosas de la Península Ibérica y Baleares. Madrid: Incafo, 1991, 205-6.

Villar, L; Palacín, JM; Calvo, C; Gómez, D; Montserrat, G. Plantas Medicinales del Pirineo Aragonés y demás tierrras oscenses. 2ª. Huesca: Diputación Provincial, 1992, 19.